quarta-feira, 5 de junho de 2013

Em audiência pública na Comissão de Minas e Energia Cleber Verde cobrou compensações aos municípios maranhenses que são usados pela Vale como corredores de transportes de minérios

Brasília, 4 de junho - Com a presença de 14 prefeitos maranhenses e sob o comando do deputado Cleber Verde (PRB/MA), a Comissão de Minas e Energia da Câmara dos Deputados realizou audiência pública para debater as compensações econômicas e socioambientais aos municípios afetados pelo transporte de minérios na Estrada de Ferro de Carajás. Durante o debate os parlamentares e por sugestão do deputado Domingos Dutra do PT, aprovaram Moção de repúdio à ausência da Companhia Vale S.A na discussão.
Cleber Verde destacou a discussão da Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais (CEFEM) como fundamental para quando a Casa for debater o projeto do marco regulatório da mineração na Casa. “Nós entendemos que é justo compensar os 23 municípios maranhenses que ficam no corredor de escoamento dos mineiros, pois desses, 19 registraram os mais baixos Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do país. O Maranhão é o segundo Estado com o pior desempenho”, explicou.
Segundo informações do Consórcio dos Municípios da Estrada de Ferro Carajás no Maranhão (COMEFEC), o Maranhão é atualmente responsável por no mínimo 42% de toda a produção de minério da Vale S.A no Brasil e, em 2016 será responsável por no mínimo 55%; podendo chegar até 2020 a 60%. “O COMEFC entende que será possível a constituição de Planos Diretores Municipais eficientes e eficazes que trarão como consequência, a realização de ações estruturantes para a melhoria substancial do IDH-M desses municípios”.
O senador Lobão Filho disse que para o Maranhão só tem ficado o ônus. “O maior problema da VALE hoje é a acessibilidade. Vejam a falta de respeito de sequer mandar um representante para ouvir as justas demandas dos prefeitos dentro do Congresso Nacional. É preciso que os deputados, senadores, prefeitos e até mesmo o governo do Maranhão estejam juntos contra essa postura espoliativa da VALE”, repudiou o senador.     

Participaram da audiência Leôncio Lima da COMEFC, a prefeita de Bom Jesus das Selvas e Presidente do COMEFC, Cristiane Damião, os prefeitos de:  Alto Alegre do Pindaré - Atemir Botelho; Santa Rita - Tim Ribeiro; Bacabeira – Alan; Bom Jardim – Lidiane; Anajutaba – Elder; Itapecurú Mirim – Magno Amorim;  São Pedro de Água Branca – Wanderlúcio; Tufilândia – Dr. Neto;  Monção – Queiroz; Vitoria do Mearim – Doris; Pindaré Mirim – Walber; Santa Inês – Ribamar Alves,  o secretário Adjunto de Licenciamento da Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Naturais do Maranhão, Jânio de Castro Lima, o diretor do Departamento de Desenvolvimento Sustentável na Mineração, do Ministério de Minas e Energia, Edson Farias Mello.

Discurso do Deputado Cleber Verde sobre Gespública - Programa Nacional de Gestão Pública e Desburocratização no Plenário Ulysses Guimarães


Brasília, 3 de junho - Senhora Presidente, agradeço a V. Exª. O somatório dos tempos e ao meu partido a permissão de, na tarde de hoje, falar em nome do Partido Republicano Brasileiro.
Antes de iniciar minha fala, quero-me lembrar da fala do nobre Deputado Camilo Cola, que nos trouxe uma preocupação acerca do empenho das nossas emendas. No ano passado, por exemplo, percentualmente, apenas algo em torno de 3,5% foi consolidado, empenhado às emendas de bancada. Muitas vezes, depende da percepção, de um olhar melhor do Executivo com relação ao Legislativo, mas, muitas vezes, isso pode recair na gestão. Quando eu falo de gestão, Senhora Presidente, não me refiro somente à gestão pública da União, mas à gestão das Câmaras Municipais, dos Estados, das Assembleias Legislativas, das Prefeituras, dos Governos de Estado. No meu pronunciamento do dia de hoje, vou falar sobre gestão pública.
Inicio a minha fala, Senhora Presidente, perguntando se o Brasil é um País eficiente quanto à gestão. As organizações públicas brasileiras são eficientes? É uma pergunta que temos que fazer.
Os indicadores internacionais de avaliação da eficiência dos Estados nacionais evidenciam que estamos bem distantes da desejada eficiência assegurada na Constituição Federal, de 1988, como princípio basilar do Estado.
O Brasil é o segundo dentre 23 países latino-americanos em volume de gastos com a máquina pública e o penúltimo em eficiência do gasto público. Perdemos somente para a Colômbia em ineficiência. Aproximadamente, 40% de todo o gasto público brasileiro se perdem nos caminhos tortuosos da burocracia.
Não somos ainda capazes de atrair e reter capitais estrangeiros de investimento, aqueles que aqui permanecem gerando empregos e aumentando renda nacional, porque os regulamentos são excessivos e a simplificação quase inexistente. Ainda há muita burocracia.
O princípio da eficiência foi incluído na Carta Constitucional com o objetivo maior de fortalecer a gestão da administração pública, promovendo a adoção de práticas e tecnologias gerenciais que contribuíssem para a ampliação da capacidade de governança e governabilidade das suas estruturas executivas, dentro de um contexto de globalização da economia e da internacionalização do direito.
O modelo de gestão pública capaz de atender a esses grandes desafios precisa ser forjado em solo brasileiro, a partir da experiência, do conhecimento, da cultura e das tradições do nosso povo. É importante buscar referenciais e paradigmas internacionais de inovação da gestão pública, mas é também relevante respeitar a maturidade e a capacidade da sociedade brasileira de buscar soluções que respondam, de fato, aos problemas internos do País.
Sras. e Srs. Deputados, este caminho já está à disposição dos líderes públicos de todo o Brasil. Ratifico as minhas palavras ao afirmar que já está disponível e quase sem nenhum custo — é bom que se diga — para as organizações públicas que dele precisarem. O caminho se chama Programa Nacional de Gestão Pública e Desburocratização, conhecido como GESPÚBLICA.
Eu tenho certeza de que dos 513 Deputados talvez ainda haja muito pouca informação no tocante ao GESPÚBLICA. Por isso, venho aqui hoje, em nome do meu partido, falar sobre o GESPÚBLICA.
O programa GESPÚBLICA, criado pelo Decreto 5.378, de 23 de fevereiro de 2005, tem a sua origem em outros programas públicos que também tinham como objetivo melhorar a gestão pública e, ao longo de 21 (vinte e um) anos, todos nós já ouvimos falar de pelo menos um deles.
Quem nunca ouviu falar do Programa da Qualidade no Serviço Público? E do Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade? E ainda do Programa da Qualidade e Participação na Administração Pública? Esses programas estão fazendo parte desse decreto e que faz parte do GESPÚBLICA.
Todos estes nomes estão na origem do programa GESPÚBLICA, atualmente a mais forte e acessível estratégia para a melhoria da gestão dos serviços públicos, pois consegue alcançar e ajudar a melhorar os serviços da mais forte e poderosa corporação pública à mais humilde instituição do mais distante rincão deste País.
Sras. e Srs. Deputados, se o tema da melhoria da gestão pública hoje é recorrente nos discursos e na planificação governamental por todo o Brasil, não tenham dúvidas de que existe por trás de tudo isso a atuação silenciosa, forte e incansável da rede nacional de gestão pública do Programa Gespública.
Portanto, há que se fazer justiça a esse belo programa que foi instituído em 2005.
O que fazem o Gespública e a rede nacional de gestão pública para ajudar a melhorar os serviços oferecidos pelas organizações? Capacitam, capacitam e capacitam, exaustiva e incansavelmente os líderes e colaboradores das organizações públicas que aderem ao programa para a elaboração de diagnóstico organizacional e para a elaboração de planos de melhoria da gestão com base nos resultados dos diagnósticos; para a medição dos níveis de satisfação dos cidadãos-usuários dessas organizações; para a simplificação e gestão de processos; para a elaboração da carta de serviços aos cidadãos, além de outras metodologias e tecnologias que são aplicadas pelo programa.
São 21 anos de existência. Repito, 21 anos de existência. Quantos programas públicos no Brasil se mantiveram ativos e atuantes ao longo de mais de duas décadas, Sras. e Srs. Deputados, atuando por meio do voluntariado? Quantos? O Gespública precisou mudar de nome para ser sempre contemporâneo do estado da arte da gestão pela excelência, mas se manteve fiel e leal aos princípios constitucionais e aos fundamentos da boa gestão pública.
O Gespública faz parte da grade de programas da Secretaria de Gestão do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão e possui núcleos instalados na maioria dos Estados brasileiros.
O objetivo desses núcleos estaduais é apoiar a construção de organizações públicas excelentes, aportando novas competências e fortalecendo aquelas que já existem; capacitando continuamente os líderes e colaboradores das organizações públicas que fazem adesão e parcerias do programa, além de reconhecer e certificar o desempenho dos líderes e das organizações, com o foco no cidadão e por meio do voluntariado, o que émais importante.
Voluntariado. Isso mesmo, voluntariado em prol da melhoria da gestão pública. Quem diria, são milhares de pessoas distribuídas por todo o País trabalhando, silenciosamente, sem ganhar um centavo sequer, com o único objetivo de ver serviços públicos cada vez mais decentes serem entregues aos cidadãos e à sociedade brasileira.
No Maranhão, por exemplo, eu faço um parêntese em relação ao Maranhão, encontra-se instalado o mais forte e atuante núcleo do programa GESPÚBLICA. Mesmo diante da falta de apoio, é bom que se diga — e quero aqui registrar a importância de ampliar a capacidade de apoio ao GESPÚBLICA no meu Estado —, utilizando um espaço físico exíguo e contando somente com três pessoas em sua coordenação, a equipe do núcleo maranhense consegue apoiar as ações realizadas em diversos Estados brasileiros e jamais, Sr. Presidente, abandona os líderes públicos que àquela casa recorrem em busca de capacitação para os seus liderados.
Nesse sentido, eu quero fazer um parêntese para fazer uma referência à Coordenadora do GESPÚBLICA no Maranhão, a Sra. Rosa Graça Lima Barreto, que foi inclusive Gerente do INSS. Eu, que sou funcionário público do INSS, concursado portanto, acompanhei a sua gestão ao longo dos anos no INSS, ajudando exatamente a dar eficiência ao atendimento, diminuindo as filas e dando uma atenção especial ao trabalhador, ao cidadão, àqueles que procuram o serviço público. Faço esse parêntese para poder cumprimentar de forma especial a Coordenadora do GESPÚBLICA do Maranhão, a Sra. Rosa Graça, que vem fazendo um trabalho excelente, mesmo com uma equipe reduzida e espaço físico muito limitado.
Tenho certeza de que vamos procurar, através de mecanismos, através do Ministério do Planejamento, através de ações do Governo, ampliar essas ações e dar as condições para que esse programa no Maranhão possa continuar apoiando, desenvolvendo e atendendo os interesses daqueles que procuram, querem capacitar e fazer gestão pública de qualidade e com eficiência nos seus Municípios, onde de forma objetiva haja demanda para tudo isso.
Assim é o programa GESPÚBLICA em todo o Brasil: uma rede unida e colaborativa. Assim também é e acontece no Estado do Maranhão!
Atualmente, há 789 voluntários competentes e experientes que atuam no apoio às organizações públicas que querem melhorar seus resultados e, por isso, já aderiram ao programa GESPÚBLICA no Maranhão.
No Brasil, há milhares de pessoas atuando de forma voluntária. É bom que se diga que servidores públicos se colocaram à disposição para ajudar Municípios, Câmaras, Assembleias, enfim, órgãos públicos a fazer gestão pública de excelência.
Portanto, é importante que aqueles que não têm a eficiência e querem buscar essa eficiência procurem o GESPÚBLICA para capacitar suas equipes de trabalho e assim oferecer um serviço público realmente de qualidade, conforme merece certamente o povo brasileiro.

O Brasil espera contar com o a
poio de todos os ilustres colegas Deputados e Deputadas para que o Programa GESPÚBLICA possa chegar a todos os Municípios, estando à disposição de todos os Prefeitos e Prefeitas e de cada líder público brasileiro, para ajudá-los a melhorar os resultados alcançados e os serviços prestados pelas organizações sob as suas responsabilidades.
Nesse sentido, quando iniciei minha fala, falando dos empenhos, por exemplo, que fazemos aos Municípios, refiro-me ao Maranhão, que, muitas vezes, por falta de gestão no Município, tem empenhados seus recursos. E o recurso efetivamente não é aplicado corretamente no Município exatamente porque não há uma equipe técnica, qualificada e capacitada para receber esse recurso, fazer uso devido, aplicando-o e fazendo a devida prestação de conta para que ele não sofra as sanções legais da não prestação de contas devido à má-gestão.
Dessa forma, é importante que os Municípios maranhenses procurem a gestão pública do nosso Estado, que tem competência e capacidade de fazer, certamente, a melhoria desse atendimento.
Senhor Presidente, quero concluir falando do trabalho dos voluntários e dos núcleos estaduais do Programa GESPÚBLICA, de toda capacidade de apoio àqueles que os procuram. Se em seu Estado, por exemplo, ainda não existir um núcleo ativo e atuante, cobre da Secretaria de Gestão do Ministério do Planejamento para que isso aconteça com a maior brevidade possível. É importante para cada um dos Estados e Municípios do Brasil a instituição do GESPÚBLICA. O Maranhão sai na frente e já está atuando há mais de 10 anos com muita responsabilidade, cumprindo com a sua missão.
Podem ficar certos de que nós, na condição de servidor público federal, de saber da importância do apoio a este setor do GESPÚBLICA, que, de forma voluntária, vem desenvolvendo um trabalho fantástico em prol da eficiência da gestão pública do Brasil, colocamo-nos à disposição de todos. Já conversei com o PRB, o meu partido, que também, da mesma forma, coloca-se à disposição para fortalecer a gestão pública, principalmente o GESPÚBLICA em cada Estado brasileiro.
Dessa forma, podemos garantir que o GESPÚBLICA possa continuar levando aos nossos líderes políticos, aqueles que muitas vezes se elegem sem um mínimo de informação de gestão, Deputado Amauri Teixeira, a oportunidade de se capacitarem, como também sua equipe de trabalho, e assim fazerem um trabalho cada vez mais e melhor em prol da sua população.
Encerro aqui, parabenizando, mais uma vez, a gestora do GESPÚBLICA do Maranhão, Sra. Rosa Graça Lima Barreto, que tem feito um trabalho competente no Estado, coordenando, inclusive, ações em nove Estados brasileiros.
Portanto, parabenizo não só ela, mas todos os voluntários do GESPÚBLICA em todo o País.
Muito obrigado pela tolerância no tempo, nobre Presidente.

05/06/2013 - 00h02

Câmara aprova projeto que regulamenta criação de municípios

Texto foi alterado pelos deputados e será enviado para nova análise no Senado. Com exceção do Psol, todos os partidos apoiaram a proposta. Manifestantes lotaram as galerias do Plenário.
Gustavo Lima / Câmara dos Deputados
Votação do PLP 416/2008
Plenário aprovou projeto que define critérios como viabilidade financeira, população mínima e plebiscito para a criação de municípios.
O Plenário aprovou, nesta terça-feira (4), o Projeto de Lei Complementar 416/08, do Senado, que regulamenta a criação de municípios, estabelecendo critérios como viabilidade financeira, população mínima e plebiscito do qual participará toda a população. O texto que será enviado ao Senado para nova votação é o substitutivo da deputada Flávia Morais (PDT-GO), relatora pela Comissão de Desenvolvimento Urbano.
De acordo com o texto, aprovado por 319 votos a 32, qualquer procedimento deve ser realizado entre a data de posse do prefeito e o último dia do ano anterior às eleições seguintes. Se o tempo não for suficiente, apenas depois da posse do novo prefeito o processo poderá continuar.
Esse procedimento terá início com requerimento dirigido à Assembleia Legislativa, assinado por, no mínimo, 20% dos eleitores residentes na área que pretende se emancipar ou se desmembrar. No caso da fusão ou da incorporação de municípios, as assinaturas devem ser de 10% dos eleitores em cada uma das cidades envolvidas.
Para a relatora, a regulamentação permitirá a correção de injustiças em diversos municípios que não podem pleitear a emancipação pela ausência de regras. “Esse texto é fruto de um consenso possível depois de mais de quatro anos de discussão do tema nesta Casa”, afirmou.
Requisitos prévios
Tanto o município a ser criado quanto aquele que já existe devem atender a requisitos mínimos. Quanto à população, os novos municípios e os remanescentes deverão ter população ao menos igual ao mínimo regional, calculado segundo percentual incidente sobre a média nacional de habitantes dos municípios brasileiros. Para encontrar essa média, serão excluídos os 25% municípios mais populosos e os 25% menos populosos.
O mínimo regional de habitantes será de 50% dessa média para as regiões Norte e Centro-Oeste; de 70% para o Nordeste; e de 100% para o Sul e o Sudeste.
Outro requisito que antecede o início do estudo de viabilidade e o plebiscito é a existência de um núcleo urbano com um mínimo de edificações calculado com base em 20% da população da área que se pretende emancipar e no número médio de pessoas por família.
Todos os dados populacionais deverão considerar os levantamentos censitários mais recentes realizados pelo IBGE.
Proibições
Segundo o texto, os estudos de viabilidade não poderão ser aprovados em algumas situações: se houver perda da continuidade territorial e da unidade histórico-cultural do ambiente urbano; se houver alteração das divisas territoriais dos estados; ou se a área do município estiver situada em reserva indígena ou em área de preservação ambiental.
Gustavo Lima / Câmara dos Deputados
Votação do PLP 416/2008. Dep. Flávia Morais (PDT-GO)
Flávia Morais: texto aprovado permitirá a correção de injustiças.
Nesse quesito, um destaque do PSDB, aprovado pelo Plenário por 219 votos a 134, retirou a proibição de se instalar município em áreas pertencentes à União, suas autarquias e fundações.
Antes da votação, o líder do governo, deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP), alertou que essa mudança afeta o acordo em torno do texto e, como a matéria retorna ao Senado, disse que “só Deus sabe quando vai a voto”.
Estudo de viabilidade
O estudo de viabilidade deverá ser realizado, preferencialmente, por instituições públicas “de comprovada capacidade técnica” e terá de abordar três vertentes: econômico-financeira; político-administrativa e socioambiental e urbana.
Entre os itens de economia, devem ser analisadas informações como receitas de arrecadação própria (considerando os agentes econômicos já instalados na área), receitas de transferências federais e estaduais, despesas com pessoal, custeio e investimento. Esses dados deverão ser compilados em relação aos três anos anteriores à realização do estudo.
Precisará ser indicado ainda se o município a ser criado e o remanescente conseguirão cumprir a aplicação dos percentuais mínimos exigidos pela Constituição em educação e saúde; assim como a possibilidade de cumprimento das regras da Lei de Responsabilidade Fiscal (Lei Complementar 101/00).
A viabilidade político-administrativa deverá analisar a proporção entre o número de servidores e a população estimada na área dos municípios envolvidos, fazendo projeção das necessidades.
Uma das mais complexas partes do estudo é sobre o urbanismo e as características socioambientais. Precisará ser feito um diagnóstico da ocupação urbana e levantamentos das redes de abastecimento de água e esgoto e de águas pluviais, além da estimativa de crescimento da produção de resíduos sólidos e efluentes.
Além disso, deve-se definir previamente qual município assumirá passivos ambientais, e os limites de cada cidade terão de ser descritos por acidentes físicos identificáveis no terreno usando-se o Sistema Cartográfico Nacional (SCN) ou o Sistema Geodésico Brasileiro (SGB), no caso de coordenadas geográficas.
O estudo deve ser conclusivo sobre a viabilidade ou não da criação, fusão, incorporação e desmembramento de municípios.
Prazo para impugnar
O prazo para a realização do estudo será de 180 dias e qualquer pessoa poderá impugná-lo junto à Assembleia Legislativa, que decidirá sobre o recurso conforme seu regimento interno.
Antes disso, o texto será divulgado e ficará à disposição de qualquer cidadão por 120 dias, inclusive pela internet. Durante esse período, deverá ser realizada ao menos uma audiência pública em cada um dos núcleos urbanos envolvidos.
Caso aprovado pelos deputados estaduais, será providenciado o plebiscito por meio de solicitação ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE), com preferência para realização em conjunto com as eleições gerais seguintes.
Gustavo Lima / Câmara dos Deputados
Votação do PLP 416/2008
Manifestantes pró-municípios lotaram as galerias do Plenário.
Se o resultado for a favor, uma lei estadual determinará a mudança. Se for desfavorável, somente depois de 10 anos poderá ocorrer novo plebiscito.
Leis vigentes
Enquanto não forem eleitos e empossados o prefeito, vice e vereadores, o novo município será regido e administrado pelas normas e autoridades do município de origem.
Quando ocorrer a fusão (o território de dois ou mais municípios gera um outro com nova personalidade jurídica), os municípios envolvidos serão regidos pelas normas e autoridades do mais populoso, até a posse dos vereadores e a formação de leis próprias.
Se ocorrer a incorporação (um município é incorporado totalmente a outro já existente), aquele que foi incorporado será regido pelas normas e autoridades da cidade que o incorporou.
No caso do desmembramento (parte de um município se separa para se integrar a outro), prevalecem as leis e autoridades da cidade que recebe a nova área.
Enquanto não ocorrer a posse dos representantes eleitos para o novo município, a Câmara do município atual fará uma lei orçamentária específica para a área a ser criada, considerando os resultados e as projeções do estudo de viabilidade.
Municípios antigos
Em vez da convalidação dos atos de criação ocorridos entre 1996 e 2007, como constava do texto do Senado, o substitutivo aprovado prevê a revisão dos limites dos municípios, de acordo com os levantamentos cartográficos e geodésicos.

segunda-feira, 3 de junho de 2013

Deputado quer que bacharel aprovado na 1º fase da OAB que não tenha logrado êxito na 2º fase fique isento da taxa no próximo Exame

Em audiência com o presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Marcus Vinicius, nesta segunda-feira (3), o deputado federal Cleber Verde (PRB/MA) defendeu a manutenção do Exame de Ordem e solicitou a isenção da taxa do Exame para aqueles bacharéis que passaram na primeira fase, mas não lograram êxito na segunda.
 “O Exame é o instrumento fundamental para selecionar aqueles que possuem um mínimo de condição às defesas dos cidadãos, como também para estimular a melhoria da qualidade do ensino jurídico no País”, afirmou o deputado que é coordenador da Frente Parlamentar Mista em Defesa das Universidades Públicas. Para ele, a gratuidade na segunda fase servirá de estímulo para os candidatos que não alcançaram a aprovação.
Ao ser informado que na última edição da avaliação – X Exame de Ordem Unificado, ainda em andamento – cerca de 7 mil candidatos foram beneficiados com a isenção da taxa de inscrição, Cleber Verde elogiou a iniciativa da entidade, que garante a realização da prova pelos bacharéis com menos condições financeiras.
O deputado destacou a implantação da Ouvidoria do Conselho Federal direcionada especificamente para o Exame de Ordem. “Com esse canal, quem presta a prova pode acessar diretamente a OAB para apresentar suas reclamações ou dúvidas, sem necessidade de ir à Justiça, o que é muito positivo”, enalteceu o deputado.
Durante o encontro, o parlamentar informou que está conseguindo, junto ao presidente da Comissão de Orçamento do Senado Federal, rubricas específicas para a implementação de melhorias na qualidade das Universidades Públicas brasileiras. “Isso vem ao encontro da necessidade do Exame de Ordem, uma vez que um viés do Exame é justamente defender a qualidade do ensino jurídico”, avaliou o presidente da OAB, ao receber a notícia.
O presidente Marcus Vinicius aproveitou a audiência para entregar ao deputado a Agenda Legislativa da Advocacia, contendo a relação das propostas em tramitação na Câmara e no Senado consideradas prioritárias do ponto de vista da OAB e da cidadania brasileira. Entre as matérias estão os projetos que tratam da inserção da advocacia no mecanismo de tributação do Simples Nacional (PLS 467/2008); a criminalização de quem viola as prerrogativas profissionais do advogado (PLC 83/2008) e a previsão em lei de fixação dos honorários de sucumbência para a advocacia trabalhista (PL 3392/2004).



Texto: Mônica Donato com informações da assessoria da OAB                                  
Foto: Eugênio Novaes